segunda-feira, 31 de outubro de 2016

REDES SOCIAIS E COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM

 Olá pessoas incríveis da internet, eu sou a Luciana Cordova e hoje vamos falar um pouco sobre as redes sociais e comunidades de aprendizagem!


Antes da diversificação tecnológica, as informações apresentavam um caráter mais estático, isto é, havia certa defasagem entre um acontecimento e o acesso aos informes do mesmo pelo público, já que os meios de transmissão de informações ainda eram prioritariamente a mídia televisiva ou impressa. Hoje, com a diversificação das TIC’s – Tecnologias da Informação e da Comunicação, o cenário comunicacional atual é repleto de mídias e outras fontes de informações onde se é possível acompanhar eventos em tempo real, obter informações simultâneas sobre os mesmos recorrendo a recursos tecnológicos diversos como celulares, computadores, internet, entre outros meios. Muitos jovens e crianças já nascem e estão crescendo imersos numa sociedade cada vez mais tecnologizada, os quais aprendem desde a infância a acessar e utilizar as tecnologias, principalmente as TIC’s a serviço de seus interesses como, por exemplo, lazer, estudos, relacionamentos, entre outros, e as redes sociais são um importante instrumento a serviço desses interesses.
Uma rede social é uma estrutura social composta por pessoas ou organizações, ou seja, definida como um conjunto de dois elementos: atores, ou seja, nós (pessoas, instituições ou grupos) e suas conexões (organizações, interações ou laços sociais) (Wasserman e Faust, 1994; Wellman, 1997), conectadas por um ou vários tipos de relações, que partilham valores e objetivos comuns. Uma das características fundamentais na definição das redes é a sua abertura e porosidade, possibilitando relacionamentos horizontais e não hierárquicos entre os participantes. Um ponto em comum dentre os diversos tipos de rede social é o compartilhamento de informações, conhecimentos, interesses e esforços em busca de objetivos comuns. (Info escola).
Enfim, as redes sociais por meio das interações vêm modificando diversas áreas da atividade humana, a saber: comércio, indústria, economia, artes, cultura e educação.
A inserção das redes sociais nas escolas enquanto uma ferramenta no processo de ensino-aprendizagem já é um fato que acontece em muitas instituições de ensino. Os alunos trazem para dentro da escola elementos de sua realidade externa, através dos seus celulares, Mp’s, notebooks, netbooks, usando os computadores da escola e outros recursos eletrônicos que lhes permitem manter essa conexão com os outros e com o mundo. As redes sociais se entrelaçam ao cotidiano da escola, interferem nas aulas e atividades, tornando-se um elemento o qual pode e deve ser explorados pelos professores e demais profissionais no desenvolvimento das atividades da escola. Aulas, pesquisas, debates, seminários, trabalhos em grupos constituídos por alunos de escolas diferentes (até de países e culturas diferentes), contato (chat, troca de e-mails, troca de arquivos, etc.) com pessoas relacionadas a algum tema em discussão, essas são apenas algumas atividades que podem ser desenvolvidas através do uso das redes sociais na escola, porque assim como as ferramentas da Web 2.0, as redes sociais oferecem um imenso potencial pedagógico. Elas possibilitam o estudo em grupo, troca de conhecimento e aprendizagem colaborativa, utiliza de linguagens características das redes sociais, bem como a adoção de tecnologias de realidade virtual e vídeos digitais, é possível vislumbrar um cenário que aponta para ambientes de aprendizagem inovadores baseados no conceito de educação em rede com a criação de experiências, ou seja, uma educação a distância muito mais próxima e interativa.
Uma das ferramentas de comunicação existentes em quase todas as redes sociais são os fóruns de discussão. Os membros podem abrir um novo tópico e interagir com outros membros compartilhando ideias (...). Enfim, com tanta tecnologia e ferramentas gratuitas disponibilizadas na Web, cabe ao professor o papel de saber utilizá-las para atrair o interesse dos jovens no uso dessas redes sociais favorecendo a sua própria aprendizagem de forma coletiva e interativa (BOHN, 2009, p.01).
Porém, a utilização das redes sociais na escola ainda é uma discussão controversa. Muitos profissionais apresentam sérias resistências ao uso das mesmas ou de quaisquer outros recursos tecnológicos na escola, seja por desconhecimento do funcionamento dos mesmos, certa exposição de seus usuários, uma vez que esses disponibilizam informações pessoais, mecanismos de contato (número de celular, endereço, etc.), onde a escola não pode garantir a privacidade de uso, certo preconceito ou incapacidade de realizar uma transposição pedagógica de seus conteúdos para um meio que não seja a sala de aula presencial e seus recursos tradicionais – quadro, giz, projetores, livros didáticos.
Mas uma das razões pelas quais a escola poderia utilizar as redes sociais em suas atividades, partindo da percepção de Gardner, seria a de levar em conta que “O propósito da escola deveria ser o de desenvolver as inteligências e ajudar as pessoas a atingirem objetivos de ocupação e passatempo adequados ao seu espectro particular de inteligências. As pessoas que são ajudadas a fazer isso (...) se sentem mais engajadas e competentes, e, portanto mais inclinadas a servirem a sociedade de uma maneira construtiva.” (GARDNER, 2000, p.16).
Um ganho na educação através do uso das redes no processo de ensino aprendizagem é o fato de que devemos considerar que estas já fazem parte do cotidiano de boa parte dos alunos e são utilizadas por estes em outros momentos, ou seja, a utilização das redes sociais na educação é algo que, pela familiaridade e identificação que a “geração net” apresenta em relação às mesmas, pode viabilizar uma melhora no rendimento dos mesmos em relação à aprendizagem, por ser uma instância significativa na vida da maioria deles, e por isso as ações que forem desenvolvidas utilizando esse recurso, terão um significado dentro do cotidiano desses alunos. Como reflexo deste cenário, nota-se que estudos recentes estão buscando agregar redes sociais aos mais variados AVA. Como exemplo, pode-se citar o uso de microblogging no Amadeus (TEIXEIRA; MEDEIROS; GOMES, 2011), o uso de software social no Moodle (SERRÃO et al., 2011) ou a utilização de uma rede social privada como AVA (DOTTA, 2011). Nesta perspectiva, cabe também destacar a iniciativa do SLoodle, projeto que busca unir as experiências do Second Life com as possibilidades do AVA de código aberto, Moodle (MATTAR, 2008), bem como da Wikiversidade, projeto da Wikimedia Foundation, cujo objetivo é prover um ambiente livre e aberto para educação universitária, mantida por uma comunidade de pesquisa que segue o conceito de wiki.
Outras iniciativas podem ser citadas, tais como as redes sociais educativas:
(1) Ebah – composta por professores, alunos e conteúdos distribuídos por cursos, possuindo vinculo com universidades;
(2) Edmodo – ambiente para colaboração e compartilhamento de conteúdos distribuído por categorias (alunos, professores, aplicativos, pais, comunidades, etc.) e conectado a outras redes sociais de relacionamento;
(3) Scolar tic – focada em professores;
(4) LORE – possibilita a criação de comunidades (professores e alunos);
(5) PHET – focada em simulações (objetos de aprendizagem) e permite colaboração;
(6) Khan Academy – focada em vídeo-aulas, com módulo de exercícios e um painel que permite ao usuário acompanhar seu desempenho.
Neste sentido, Behrens (2008, p. 99) salienta que: O uso da Internet com critério pode tornar-se um instrumento significativo para o processo educativo em seu conjunto. Ela possibilita o uso de textos, sons, imagens e vídeo que subsidiam a produção do conhecimento. Além disso, a Internet propicia a criação de ambientes ricos, motivadores, interativos, colaborativos e cooperativos.
Para Papert, nos traz o construtivismo como sendo a abordagem que permite o aprendiz a construir seu próprio conhecimento por intermédio de alguma ferramenta, como o computador, por exemplo. Desta forma ao propor o computador como auxiliar no processo de conhecimento é vê-lo como uma poderosa ferramenta educacional, adaptando os princípios do construtivismo cognitivo de Piaget a fim de melhor aproveitar o uso das tecnologias.
Assim, uma perspectiva que surge para a educação é a de utilizar as tecnologias em seus processos, principalmente as TIC’s, e uma forma eficiente de fazer isso é trazer para as práticas, conteúdos e demais atividades da escola o uso das redes sociais, já que estas exercem tanto fascínio entre esse público. Deve se considerar que o ensino via redes pode ser uma ação dinâmica e motivadora. Mesclam-se nas redes informáticas, na própria situação de produção e aquisição de conhecimentos, autores e leitores, professores e alunos. As possibilidades comunicativas e a facilidade de acesso às informações favorecem a formação de equipes interdisciplinares de professores e alunos, orientadas para a elaboração de projetos que visem à superação de desafios ao conhecimento; equipes preocupadas com a articulação do ensino com a realidade em que os alunos se encontram, procurando a melhor compreensão dos problemas e das situações encontradas nos ambientes em que vivem ou no contexto social geral da época em que vivemos. (KENSKI, 2004, p.74)

Portanto, ao introduzirmos o uso das redes sociais na escola, podemos junto com elas inovar o cotidiano das atividades da escola em relação aos seguintes aspectos: atratividade, interatividade, inovação, diversidade, o lúdico virtual (jogos educativos, vídeos, animações), entre outros. Os quais, sem dúvida podem servir como elemento motivador dos alunos em relação a sua aprendizagem. As redes sociais e os diversos tipos de comunidades, na Internet ou não, podem contribuir para a formação inicial ou continuada de professores, por meio das interações que possibilitam a criação de laços sociais.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARAUJO, Veronica Danieli. O impacto das redes sociais no processo de ensino e aprendizagem. Disponível em: <https://www.ufpe.br/nehte/simposio/anais/Anais-Hipertexto-2010/Veronica-Danieli-Araujo.pdf>. Acesso em: 28 de junho de 2016.

DESCONHECIDO. Redes sociais e ambientes virtuais de aprendizagem: Apontamentos para uma educação em rede. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2013/cd/141.pdf>. Acesso em: 28 de junho de 2016.

BARCELOS, Gilmara Teixeira; PASSERINO, Liliana Maria. Redes sociais e comunidades: Definições, classificações e relações. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/renote/article/viewFile/15251/9008>. Acesso em: 28 de junho de 2016.


RAMOS, Marli; COPPOLA, Neusa Ciriaco. O uso do computador e da internet como ferramentas pedagógicas. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2551-8.pdf>. Acesso em 28 de junho de 2016.

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